2.02.2011

O medo.

Eu sofro de mimfobia,
tenho medo de mim mesmo,
mas me enfrento todo dia.
Millôr Fernardes


Era uma vez, não . . . São muitas vezes .
Uma menina de boca vermelhinha, cuntura nem tão fina assim, sonhos grandes , pés pequenos, graúdos olhos castanhos, cabelos lisos levemente dourados e soltos ao vento. Deseja muito, quer o bastante, respira tudo e faz o que pode. Ela é um amontoado de vai-e-não-vai. Um lado seu a empurra com o estremecer da vibração , o outro a segura com as rugas e lamentos da cautela. Ainda imcompleta, tem alguns sapatos novos, guardados com o brilho da caixa por não usá-los para atravessar as pontes que encontra pelo caminho. Certos horizontes que vê, os guarda na imaginação do " o que tem lá no final ?". Outros, cataloga na lembrança e regozijo de tê-los alcançado. Feita de partes do que quer ser e do que a não deixa ser , poupa alguns sapatos, mas não poupa o tempo de passar vazio, sem ela. Metade dela quer voar e ser feliz sem conta gotas, e a outra metade morre de medo de suas asas (...)

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